Lei Antifumo: É permitido fumar no condomínio?
A Lei Antifumo, vigente no Brasil desde 2014, estabelece normas rigorosas sobre onde é permitido fumar, com o objetivo de proteger a saúde de todos, especialmente dos não fumantes. Mas como essa lei se aplica aos condomínios?
De fato, muitos moradores e síndicos têm dúvidas sobre as regras de fumo em áreas comuns e privadas dentro dos condomínios.
No Brasil, essa Lei também se estende aos condomínios, que precisam seguir normas rigorosas para garantir a segurança e o bem-estar de seus moradores.
Assim, gestores precisam saber quais são as áreas em que fumar é proibido, as penalidades para quem desrespeita as normas e como aplicar essas regras de forma harmoniosa no ambiente condominial.
Neste artigo do blog uCondo, vamos discutir a importância da Lei Antifumo em condomínios e os desafios enfrentados para estabelecer regras efetivas sobre o assunto.
Índice:
- O que é a Lei Antifumo?
- Qual a origem da Lei Antifumo?
- A aplicação da Lei Antifumo no Brasil
- Como funciona a Lei nos condomínios?
- Pode fumar em condomínio ou prédios?
- Pode fumar narguilé em condomínio?
- É permitido usar vape em lugar fechado?
- É possível proibir cigarros no condomínio?
- Pode ter fumódromo em condomínio?
O que diz a Lei Antifumo?
A Lei Antifumo, nome dado para a Lei nº 9.294/1996, determina que é proibido fumar em locais fechados de uso coletivo, sejam eles públicos ou privados.
Essa restrição inclui áreas comuns de condomínios, como salões de festas, corredores, elevadores e garagens. Portanto, fumar nessas áreas pode gerar advertências e até multas.
Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo é proteger a saúde dos não fumantes, garantindo ambientes livres de fumaça.
Assim, ao implementar essa lei, os condomínios contribuem para reduzir a exposição de moradores ao fumo passivo, que é comprovadamente nocivo à saúde.
Além disso, a mesma Lei também inclui regulamentos sobre a venda de produtos de tabaco, incluindo a idade mínima para compra, a obrigatoriedade de advertências de saúde nos pacotes de cigarros e a proibição de publicidade e promoção de produtos de tabaco.
Essa Lei foi pioneira no Brasil, sendo atualizada com a chegada da Lei nº 12.546/2011 e pelo Decreto nº 8.262/2014.
Como funciona a Lei Antifumo?
Desde 3 de dezembro de 2014, com as mudanças estabelecidas pela Lei nº 12.546/2011 e regulamentadas pelo Decreto nº 8.262/2014, fumar em locais de uso coletivo é proibido em todo o Brasil. Isso é válido tanto para espaços públicos quanto privados.
Essa restrição vale para cigarros, charutos, cachimbos, narguilés e qualquer outro produto derivado do tabaco.
Assim, áreas comuns de condomínios, como corredores, elevadores, salões de festas e garagens, estão inclusas na proibição, de acordo com o artigo 49 da lei.
Qual o objetivo da Lei Antifumo?
A Lei Antifumo busca reduzir a exposição ao fumo e promover a conscientização sobre seus graves riscos à saúde.
Embora o objetivo não seja proibir o consumo de cigarros — um direito individual garantido pela Constituição Federal —, décadas de pesquisas mostram que o fumo afeta também aqueles que não fumam.
Dessa forma, a liberdade de fumar precisa ser "limitada" para não prejudicar a saúde de outras pessoas.
Além disso, em condomínios, o fumo pode incomodar os moradores, prejudicar o bem-estar coletivo e até danificar estruturas e bens.
Qual a origem da Lei Antifumo?
A origem da Lei Antifumo remonta às décadas de 1970 e 1980, quando estudos começaram a evidenciar os riscos do fumo passivo para a saúde.
Países como Estados Unidos e Canadá foram pioneiros ao implementar restrições ao tabaco em locais fechados, visando proteger tanto fumantes quanto não fumantes.
Em 1990, San Luis Obispo, na Califórnia (EUA), foi a primeira cidade do planeta a banir o fumo em edifícios públicos, bares e restaurantes.
Hoje, a cidade ainda restringe o ato de fumar em espaços públicos, limitando a prática para “fumódromos” em locais específicos.
Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, estabelecendo diretrizes globais para reduzir o consumo de tabaco e a exposição ao fumo. Esta convenção se tornou a principal base para leis antifumo em diversos países, incluindo o Brasil.
A Lei Antifumo no Brasil
Desde o século passado, o Brasil também foi um pioneiro na luta contra o tabagismo. No país, a pioneira foi a Lei 9.294/96, que proibiu fumar em ambientes fechados, com exceção dos fumódromos e restringiu a propaganda em rádio e TV.
Em 2000, comerciais do produto foram vetados. No ano seguinte, a exibição de imagens de advertência nos maços se tornou obrigatória.
A partir de 2005, o país adotou as orientações trazidas pela Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, criada pela OMS para estabelecer diretrizes globais para reduzir o consumo de tabaco e a exposição ao fumo.
Em 2009, o Estado de São Paulo se tornou o primeiro a aprovar uma lei específica contra o consumo de tabaco no Brasil. Mais cinco anos se passaram até que, em 2014, a Lei Antifumo entrou em vigor em todo o Brasil.
Como funciona a Lei Antifumo em condomínios?
A Lei nº 9.294/1996, também conhecida como Lei Antifumo, é aplicável em condomínios assim como em qualquer outro local público ou privado.
A lei sofreu alterações através do artigo 49 da Lei nº 12.546/2011 e pelo Decreto nº 8.262/2014, proibindo o uso de cigarros, charutos, cachimbos, narguilés e derivados do tabaco em locais de uso coletivo, públicos ou privados.
Desta forma, também fica proibido fumar em áreas comuns de condomínios, como corredores, elevadores, piscinas, salões de festas, entre outros.
Alguns condomínios podem ter regras mais restritivas e proibir o uso de cigarros e outros produtos derivados do tabaco em apartamentos também.
A fumaça de cigarro em um condomínio sobe ou desce?
Por mais inusitada que possa soar, a pergunta “a fumaça de cigarro em um condomínio sobe ou desce?” é o termo mais pesquisado sobre o assunto no Google.
E a resposta é simples: ela sobe, já que a fumaça é mais quente do que o ar (oxigênio).
Logo na sequência, as perguntas mais pesquisadas são “pode fumar cigarro na varanda de apartamento?” e “é permitido fumar na janela do apartamento?”.
No próximo tópico, vamos esclarecer todas estas perguntas.
Pode fumar em condomínio?
Quem fuma dentro da sua residência ou apartamento está amparado pela lei, já que a Lei Antifumo não se aplica em propriedades privadas, pois isso violaria a liberdade e individualidade de cada pessoa.
No entanto, muitos moradores e síndicos ainda convivem com o dilema entre fumantes e não fumantes que moram lado a lado.
Apesar de não haver forma de proibir alguém de fumar, o hábito precisa ser uma prática individual e não pode prejudicar os vizinhos próximos.
De acordo com o artigo 1.335 do Código Civil, são direitos do condômino “usar, fruir e livremente dispor das suas unidades”.
Entretanto, o mesmo o Código Civil, em seu artigo 1.336, prevê que são deveres do condômino “dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores”.
Uma vez que a fumaça do cigarro pode ser prejudicial à saúde de terceiros, o conflito entre os dois artigos acaba sendo motivo de ações judiciais frequentes em todo o Brasil.
Por este motivo, é importante estipular regras para a prática de fumar em condomínios.
Pode fumar narguilé em condomínio?
Sim, é permitido fumar ou utilizar narguilé nas unidades privadas do condomínio.
O narguilé, também conhecido como cachimbo d'água, é um dispositivo de origem árabe utilizado para fumar tabaco. A fumaça é filtrada pela água antes de ser inalada, o que pode levar as pessoas a pensar que é menos prejudicial à saúde do que o cigarro convencional.
Juntamente com os dispositivos de cigarro eletrônico, os conhecidos vapes, o narguilé também é centro de polêmicas.
Muitos defendem que existe diferença para o cigarro, já que o cheiro geralmente tem um aroma diferente.
Nos condomínios, ambas as opções seguem a mesma orientação do próprio cigarro.
É permitido usar vape em lugar fechado?
Nos espaços privativos, sim. Em áreas comuns, não. Isso porque os vapes e cigarros eletrônicos seguem as mesmas regras dos cigarros tradicionais.
Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como "vapes" ou "pods", são dispositivos eletrônicos que vaporizam um líquido que contém nicotina e outros produtos químicos.
Apesar de muitos acreditarem que o uso de cigarros eletrônicos é uma opção mais segura do que o tabaco convencional, não há evidências científicas que comprovem essa afirmação.
Na verdade, os cigarros eletrônicos podem causar problemas respiratórios, como tosse e falta de ar, além de viciar os usuários em nicotina.
Pode usar cigarro eletrônico no condomínio?
No condomínio, como citado acima, as regras tendem a ser as mesmas que os cigarros tradicionais. Desta forma, os cigarros eletrônicos também são proibidos em áreas comuns.
No entanto, moradores podem utilizá-los dentro de suas unidades privativas (casas ou apartamentos).
Por ter um cheiro mais agradável, os cigarros eletrônicos talvez causem menos incômodos aos vizinhos e por isso, acaba sendo aceito em muitos condomínios. Para isso, é importante manter um diálogo aberto e transparente junto aos moradores.
É possível proibir o uso de cigarros no condomínio?
Sim, é possível proibir o uso de cigarros em um condomínio. A proibição pode ser estabelecida por meio de uma regra de condomínio, que é aprovada pelos proprietários e regulamenta as condutas permitidas e proibidas no espaço condominial.
No entanto, é importante lembrar que a proibição deve ser razoável e não violar direitos constitucionais, como o direito à privacidade.
Além disso, é necessário que todos os proprietários estejam de acordo com a proibição, uma vez que ela afeta todos os moradores do condomínio.
Se algum proprietário se sentir prejudicado com a proibição, ele pode recorrer aos tribunais para questioná-la. Portanto, é importante que a regra seja bem fundamentada e esteja de acordo com a legislação em vigor.
Se os moradores de um condomínio desrespeitarem as regras antifumo, eles podem ser multados ou até mesmo processados. Por isso, é importante que todos estejam cientes das regras antifumo e respeitem os direitos de seus vizinhos e da comunidade.
Pode ter fumódromo em condomínio?
De acordo com a Lei Antifumo, a criação de fumódromos em locais de uso coletivo é proibida.
Assim, áreas comuns de condomínios, como salões de festas, garagens e halls de entrada, não podem abrigar fumódromos, mesmo que sejam espaços ventilados.
Essa proibição visa garantir a saúde dos moradores e visitantes, reduzindo a exposição ao fumo passivo.
No entanto, a lei não impede que moradores fumem em suas áreas privativas, como dentro do próprio apartamento, desde que a fumaça não incomode os demais moradores.
É permitido fumar no condomínio?
De acordo com a Lei Antifumo, só é permitido fumar nas unidades privativas do condomínio.
Por este motivo, recomenda-se que os condomínios esclareçam as regras sobre o fumo nas áreas comuns e privativas para evitar conflitos e garantir a harmonia entre todos.
Assista o vídeo abaixo e saiba mais sobre o assunto:
Para que estas regras sejam claras e transparentes, elas precisam ser acessíveis aos moradores. Através do aplicativo de gestão condominial uCondo, é possível disponibilizar todas as regras estabelecidas para cada espaço.
Também é possível emitir alertas individuais e coletivos para os moradores, orientando para situações específicas ou relembrando cada regra de convivência.
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