Carro elétrico no condomínio: o que é preciso saber?
Os carros elétricos têm conquistado cada vez mais espaço nas ruas. Com sua popularização, podemos acompanhar a visão de um futuro mais sustentável e livre de emissões poluentes.
Os carros elétricos também estão presentes nos condomínios, e isso provoca algumas discussões importantes.
Isso acontece porque a maioria dos condomínios ainda não possuem uma infraestrutura de carregamento acessível e conveniente para os proprietários desses veículos.
Desta forma, os condomínios residenciais precisam estar atentos à essa transição e preparados para receber moradores com este novo tipo de veículo.
Para falar do assunto, o blog uCondo traz mais artigo especial, trazendo a participação do Dr. Rodrigo Karpat, especialista em direito imobiliário e questões condominiais. Boa leitura!
Índice:
- Os carros elétricos no Brasil
- Como é realizada a recarga de carros elétricos?
- O que o síndico deve fazer?
- Posso instalar carregador para carros elétricos?
- Quanto custa um carregador de carro elétrico?
- Como é o Carregamento de Carros Elétricos em Condomínios?
- Como o Aplicativo uCondo Pode Ajudar?
- Conclusão + bônus
Qual o percentual de carros elétricos no Brasil?
O uso de carros elétricos e híbridos no país é uma realidade e esse mercado vem crescendo. E a tendencia é que irá crescer ainda mais.
Segundo levantamento da NeoCharge (com base em dados da Secretaria Nacional de Trânsito), a frota de elétricos triplicou no país entre 2020 e 2023 e, se comparar com 2015, o aumento foi de quarenta vezes.
Segundo um novo levantamento, a frota de elétricos brasileira deve chegar a 11 milhões de unidades em 2040 (McKinsey & Company – 2023).
Quanto a esses dados, é importante saber que hoje cerca de 69% são híbridos ou híbridos leves, já os híbridos plug-in representam 22% e os carros elétricos os 9% restantes.
Desta forma, os híbridos convencionais que têm ainda a maior fatia desse mercado, não utilizam tomada.
Ainda assim, o mercado de elétricos vem em alta em todo mundo, o que faz com que no Brasil a busca venha crescendo. Isso faz com que cidades, nos próximos anos, precisem se preparar e se ajustar.
Assim, os condomínios também precisarão se adaptar para receber esses tipos de veículos que necessitam de pontos de recarga elétrica.
Como é realizada a recarga de carros elétricos?
A recarga de carros elétricos pode ser feita de diferentes maneiras, dependendo do tipo de carregador disponível e da velocidade desejada.
No entanto, as opções mais comuns são:
- Tomada doméstica: É possível recarregar um carro elétrico em uma tomada doméstica comum usando um cabo de carregamento fornecido com o veículo. Esse método é mais lento e geralmente adequado para recargas durante a noite ou ao longo do dia, quando o carro não está em uso por um longo período.
- Carregadores de nível 2: Esses carregadores são instalados em residências, condomínios ou locais públicos e fornecem uma carga mais rápida em comparação com uma tomada doméstica. Eles geralmente exigem a instalação de uma estação de carregamento específica, conectada a uma fonte de energia elétrica dedicada.
- Carregadores de nível 3 (carregadores rápidos): Esses carregadores são encontrados em estações de carregamento rápido e fornecem uma recarga significativamente mais rápida. Eles geralmente são usados em viagens mais longas ou quando uma carga rápida é necessária. No entanto, nem todos os carros elétricos são compatíveis com carregadores de nível 3, então é importante verificar a compatibilidade do veículo.
Em alguns lugares, a rede de estações de carregamento pode ser mais ampla e acessível, enquanto em outros pode ser menos desenvolvida.
Além disso, muitos carros elétricos também possuem sistemas de navegação que podem ajudar a localizar estações de carregamento próximas.
Assista o vídeo abaixo e saiba mais sobre o assunto:
O que o síndico deve fazer?
Com a chegada dos carros elétricos, os síndicos precisam considerar várias questões para adaptarem seus condomínios a essa nova realidade.
Aqui estão alguns dos principais pontos que o síndico deve considerar:
- Infraestrutura de Carregamento: É fundamental oferecer pontos de carregamento para os carros elétricos. Isso pode envolver a instalação de estações de carregamento em áreas de estacionamento comum, garagens ou outros locais adequados. A quantidade de pontos de carregamento deve ser determinada com base na demanda esperada dos moradores.
- Localização das Estações de Carregamento: As estações de carregamento devem ser convenientemente localizadas e de fácil acesso para os moradores. Elas devem ser posicionadas de forma a permitir o carregamento de vários veículos simultaneamente, se necessário.
- Potência Elétrica: Certifique-se de que a infraestrutura elétrica do condomínio é capaz de lidar com a carga adicional de energia necessária para carregar os carros elétricos. Pode ser necessário atualizar a capacidade elétrica do local, garantindo que não ocorram quedas de energia ou sobrecargas.
- Custos e Taxas: Determine como os custos de eletricidade para carregamento serão calculados e cobrados dos moradores. Isso pode envolver a implementação de um sistema de medição individualizada ou o rateio dos custos entre os usuários.
- Manutenção: Estabeleça procedimentos de manutenção regulares para as estações de carregamento, de modo a garantir que elas estejam sempre operacionais e seguras.
- Segurança: Garanta que as estações de carregamento e os pontos de carregamento estejam devidamente protegidos e seguros contra danos e uso indevido.
- Aspectos Legais e Regulatórios: Verifique as regulamentações locais e nacionais relacionadas ao carregamento de veículos elétricos em condomínios. Certas normas podem exigir aprovações ou autorizações específicas.
- Expansibilidade: Planeje a infraestrutura de carregamento de forma a permitir futuras expansões à medida que mais moradores adotem carros elétricos.
Ao considerar todos esses aspectos, um condomínio estará melhor preparado para lidar com a crescente demanda por carregamento de carros elétricos e promover a mobilidade sustentável entre seus moradores.
Posso instalar carregador para carros elétricos no condomínio?
Sim, é possível instalar um carregador para carros elétricos no condomínio. No entanto, é preciso considerar alguns pontos importantes.
Como síndico, permitir a instalação de um carregador de veículo elétrico no condomínio envolve uma série de responsabilidades e precauções para garantir que a instalação ocorra de forma segura, legal e justa para todos os moradores. Aqui estão alguns pontos que devem ser considerados:
- Consulta à Convenção e Regimento Interno: O primeiro passo é verificar o que a convenção do condomínio e o regimento interno dizem sobre o uso das áreas comuns e possíveis modificações. Se o carregador for instalado em uma vaga privativa, pode não haver problemas, mas, se envolver áreas comuns, o processo pode exigir aprovação em assembleia.
- Aprovação em Assembleia: Dependendo do impacto da instalação no condomínio, como o uso de áreas comuns, a questão precisa ser submetida a votação em assembleia geral. É importante que todos os moradores sejam informados e tenham a chance de opinar, especialmente se a instalação puder gerar custos adicionais ou impactar o consumo de energia do condomínio.
- Capacidade Elétrica do Condomínio: É essencial garantir que a infraestrutura elétrica do condomínio suporte a instalação de um carregador de veículos elétricos. A instalação sem uma avaliação adequada pode sobrecarregar o sistema, afetando a segurança do prédio e dos moradores. Como síndico, é sua responsabilidade contratar um engenheiro elétrico ou empresa especializada para realizar essa avaliação.
- Divisão de Custos: Se o carregador for instalado em uma vaga privativa, o proprietário do veículo deve arcar com os custos de instalação e consumo de energia. No entanto, se for instalada em uma área comum, será necessário definir, com aprovação da assembleia, como os custos serão divididos entre os condôminos e como o consumo de energia será monitorado.
- Normas Técnicas: Como síndico, é crucial garantir que a instalação atenda às normas técnicas de segurança, como as da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Isso inclui a contratação de uma empresa especializada que siga as normas corretas para evitar riscos de incêndios ou acidentes.
- Segurança Jurídica: É importante garantir que o processo seja documentado corretamente, com a anuência dos condôminos, evitando possíveis problemas legais no futuro. Ter um advogado que acompanhe o processo pode ajudar a garantir que tudo esteja dentro da lei e do regulamento do condomínio.
Ao seguir esses passos, como síndico, você garante que a instalação de um carregador elétrico atenda às necessidades do morador e, ao mesmo tempo, proteja os interesses e a segurança do condomínio como um todo.
Quanto custa o carregador de um carro elétrico?
O custo para instalar uma tomada para carro elétrico no condomínio pode variar entre R$200 e R$12.000. O custo depende de vários fatores, incluindo a infraestrutura elétrica existente, o tipo de carregador que será instalado, a necessidade de reforço na rede elétrica, e a localização da vaga (privativa ou comum).
Se o morador optar por um carregador mais simples, como uma tomada comum (220V) que funciona com um carregador portátil, o custo é menor. Já um wallbox (carregador fixo de parede) requer uma instalação mais robusta e especializada.
O preço do carregador varia entre:
- Tomada comum (220V): de R$ 200 a R$ 500.
- Wallbox (carregador de parede): de R$ 6.000 a R$ 12.000, dependendo da marca e da potência.
Como é o carregamento de carros elétricos em condomínios?
A principal dúvida sobre carregar carros elétricos e híbridos é quem vai pagar por isso, já que nem todos os moradores possuem esses carros. Nos condomínios, existem duas maneiras de fazer isso.
A primeira é usar uma estação de recarga individual, onde o morador paga por todas as despesas e instala a estação em sua vaga. O consumo de energia é registrado no medidor de luz da unidade.
A segunda maneira é quando o condomínio decide, em uma reunião, instalar tomadas industriais para carregamento coletivo. Nesse caso, cada usuário terá um cadastro e, ao terminar de carregar, o custo será enviado para a administradora do condomínio, que vai cobrar cada pessoa de acordo com o seu uso.
Condomínios antigos
A pergunta que fica é: em condomínios onde ainda não há essa estação de recarga, como implementar isso e quem deve arcar com os custos?
Nos condomínios antigos, é preciso buscar uma empresa especializada na área, com um engenheiro elétrico devidamente registrado.
A empresa ou o profissional poderão dizer se o condomínio pode receber essas estações de recarga. Isso é essencial para não prejudicar o fornecimento de energia do empreendimento.
De antemão, podemos dizer que o custo é relativamente modesto. Ainda assim, para a aprovação, é preciso um quórum de maioria simples.
Leia também: Como realizar uma assembleia de condomínio?
Condomínios novos
Já no caso dos condomínios novos, alguns municípios e estados têm leis que obrigam os novos empreendimentos a terem estações de recarga.
Na cidade de São Paulo, a Lei nº 17.336, de 30 de março de 2020, dispõe que condomínios tanto residenciais quanto comerciais precisam prever formas de recarga de veículos.
Ela é válida para projetos de edificações novas, protocolados a partir da data de vigência dessa Lei (Art. 6º - I), sancionada em 2021.
É importante destacar que a lei não se aplica a empreendimentos de programas habitacionais públicos ou que foram subsidiados com recursos públicos, desde que comprovada a impossibilidade técnica ou econômica.
Já em âmbito federal, existe o Projeto de Lei nº 710/2023, de autoria do Deputado Fábio Macedo (Pode-MA) que busca tornar obrigatória a instalação de pontos de recarga em estacionamentos de uso coletivo e vias públicas.
Conforme o projeto, nos estacionamentos privados, as estações de recarga deverão corresponder a 5% das vagas. O mesmo é válido para 2% das vagas nos estacionamentos públicos.
Leia também: 7 tendências para condomínios em 2025
Como o aplicativo uCondo pode te ajudar?
Um aplicativo de gestão condominial como o uCondo pode desempenhar um papel fundamental em facilitar a implantação e gerenciamento de infraestrutura para carros elétricos no condomínio.
Aqui estão algumas maneiras pelas quais o uCondo pode ajudar o síndico em relação aos carros elétricos:
- Cobrança e Rateio de Custos: O aplicativo facilita o cálculo e a cobrança dos custos de eletricidade para carregamento, permitindo que o síndico defina um sistema de rateio justo entre os moradores.
- Notificações e Alertas: O uCondo pode enviar notificações e alertas aos moradores sobre informações relevantes, como disponibilidade de vagas de carregamento, atualizações de manutenção das estações de carregamento ou mudanças nos custos de eletricidade.
- Comunicação: O aplicativo serve como um canal de comunicação entre o síndico, os moradores e a administração do condomínio. Isso é importante para manter os moradores informados sobre atualizações, políticas e procedimentos relacionados aos carros elétricos.
- Feedback dos Moradores: O aplicativo permite que os moradores forneçam feedback sobre a infraestrutura de carregamento, ajudando o síndico a melhorar continuamente o serviço e atender às necessidades da comunidade.
- Documentação e Regulamentação: O uCondo pode armazenar documentos relevantes, como regulamentações locais relacionadas a carros elétricos, contratos de fornecedores de carregamento e outros documentos importantes.
O sistema uCondo para gestão condominial pode ser uma ferramenta importante na hora de propor qualquer mudança no condomínio.
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Conclusão
Como comentado pelo Dr. Rodrigo Karpat, essa é uma realidade e que cada vez mais se mostrará mais presente em nossas vidas.
Por isso, a instalação de um sistema de recarga elétrica, se for possível dentro do orçamento de cada condomínio, é importante para o empreendimento.
Além de ser uma comodidade que irá impactar positivamente aquele morador que tem carro elétrico, isso abrirá a possibilidade de que outros busquem essa alternativa de automóvel.
Por fim, esse tipo de melhoria, como qualquer melhoria, faz com que o condomínio como um todo seja valorizado.
Leia também: Como serão os condomínios do futuro?
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